Efeito Fade

17 julho 2019

[Seriado] Areia Movediça - 1ª Temporada

Nome: Areia Movediça (Störst av Allt)
Gênero: Drama
Rede de Televisão: Netflix
Lançamento: 05 de Abril de 2019
Episódios: 6 episódios
Duração de cada episódio: 60 minutos
Sinopse:
Baseada no best seller sueco de mesmo nome. A trama segue uma investigação de um massacre que ocorreu em uma escola particular em um luxuoso bairro de Estocolmo. Após a tragédia que devastou o país, uma jovem é acusada pelo crime.







Areia Movediça (Störst av Allt) é uma série disponível na Netflix, lançada em 05 de abril de 2019 foi dirigida por Per-Olav Sørensen (Nobel) e é bem curtinha com apenas uma temporada de 6 episódios e nenhuma proposta de mais alguma temporada. Essa série acima de tudo gera um debate além do que julgar o culpado ou inocente.

A série começa com tiros e uma mulher ensanguentada em estado de choque é Maria Norberg (Hanna Ardéhn) para os íntimos Maja (fala "Maia", igual aquela do Caminho das Índias), aconteceu um massacre e ela esta sendo acusada de homicídio em alguns graus.


Antes de tudo, é bom alertar que há cenas de violência e uso excessivo de drogas e álcool, se há qualquer sensibilidade a isso, não recomendo. O debate que vai ser gerado nessa resenha é importante e decidi fazer sobre porque se trata de coisas que devem ser faladas e também irei fazer o máximo possível para não dar spoilers, mas se acontecer de citar algo assim, aviso antes. É importante discutir Areia Movediça.

Há alguns pontos mostrados nela mas alguns tem mais destaque, são eles: status social, abandono parental em diferentes níveis, relacionamento abusivo e saúde mental. Vou citar alguns personagens além de Maja pelo motivo de eles são bem importantes para mostrar esses pontos que citei antes, são eles: Sebastian Fagerman (Felix Sandman) o namorado, Samir (William Spetz) um imigrante e colega de classe, os pais da Maja (Anna Björk e Samuel Fröler), Amanda (Ella Rappich) a melhor amiga, a promotora do caso (Maria Sundbom) e o advogado de defesa (David Dencik).


Sebastian é um cara de 18 anos, metido a bad boy e é rico, tipo, muiro rico mesmo... Do tipo rico que não se importa se quebrar o seu porshe porque ele tem outro na garagem. No princípio não se percebe o que Sebastian mostra ao decorrer dos episódios, ao mesmo tempo que se mostra vítima, também é um abusador. Além de não ser considerado "boa gente", tem uma péssima relação com seu pai, Claes Fagerman (Reuben Sallmander), super grosseira e há abandono parental em um grau que muitas vezes assusta o que é um contraste em determinada visão com os pais de Maja, eles são atenciosos mas a partir do momento que alguém que está em uma classe social mais elevada do que a deles (que também são bem ricos), "abandonam" Maja por conta do título social que o namorado tem.

Amanda é sua melhor amiga que é bem superficial e muitas vezes causa irritação por sua superficialidade e hipocrisia, mas ainda é uma das poucas pessoas que ainda se preocupa com Maja. Samir é um bom personagem que esta ali para causar uma crítica sobre como a elite europeia trata imigrantes e a classe social que eles possuem, é algo muito bem colocado e é explícito, mas por sua vez, Samir é um sujeito que também demonstra preocupação com Maja até o momento que seu ego é ferido.


A promotora do caso representa como o sistema julga a mulher quando esta em um relacionamento abusivo. Mais precisamente no episódio cinco acontece ali uma discussão que irrita profundamente qualquer pessoa que está atenta a pauta feminista e luta contra o modo que uma mulher é tratada quando se é questionada se foi estuprada ou não, se estava em em relacionamento que não era saudável, etc. Já o advogado de defesa é um bom personagem, ele serve como um pilar de sustentação para Maja não perder a cabeça durante todo o julgamento. 


Areia Movediça mostra com clareza o processo de desenvolvimento de um relacionamento altamente tóxico e abusivo, a maneira como culpam a vítima e como jogam toda a responsabilidade em cima da vítima como se ela merecesse aquilo que esta passando por não sair dessa relação tóxica, mostra como a maneira de agir da vítima muda e o quanto ela se sente presa e sufocada naquilo, em dado momento quando se perde totalmente o amor próprio e se sujeita a determinadas humilhações, quando tenta fugir daquilo e a maneira como é arrastada de volta, em alguns pontos quando se percebe que aquilo não é saudável mas já perdeu a esperança em si e permanece mesmo assim por medo e por receio de não ser aceita novamente por outra pessoa. Além de seu modo de conduzir o julgamento, em como há brechas e tentativas de empurrar algo que não faz sentido porque muitos já se decidiram pela influência da mídia. Um momento bem intrigante e bem babaca foi o estereótipo da pessoa negra como má influência, esse ponto é extremamente nojento e ridículo para pessoas que vivem no século XXI e ainda permanecem com esse pensamento tosco. 


Areia Movediça mostra o quanto uma situação que mexe totalmente com o nosso conceito de moralidade vai além do que julgar apenas um momento, se os tiros disparados foram por autodefesa ou por intenção, busca fazer toda uma análise comportamental e uma crítica social interessante apesar de pecar em uns determinados detalhes, como o racismo completamente totalmente estereotipado.


6 comentários :

  1. Oi oi querida,
    ainda não assisti a série, e mesmo lendo a sua "resenha" sobre o livro/série, continuo não me sentindo a vontade vendo a história. Bom, mas expressando a minha opinião sobre a sua resenha, fico até chocada como tem tantos livros que retratam do mesmo assunto (relacionamento tóxico e abusivo) e como ainda vemos jovens romantizando isso, sendo que se trata de um assuntos sério. E na minha opinião, pelo que vi na sua resenha a série se trata disso. Adorei o seu post, as fotos e principalmente obrigada por colocar um trailer, porque nunca prestei atenção nele quando via.

    Beijoss, Enjoy Books

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  2. Oi, Letícia.
    Tudo bem?!
    Como sou uma pessoa muito mais de livros do que de série, vou acabar dando preferência para ler o livro lançado pela intrínseca. Gosto desse tipo de trama e o tema é sempre atual, infelizmente!
    Gostei de saber mais sobre a história e ver que ele é incômoda me deixou ainda com mais vontade de conhecer!
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  3. Oi! Eu vi muita gente falando dessa série e logo depois que tinha um livro também. Eu estou meio que numa vibe de não ler ou assistir nada que abale minha saúde mental, ou que me deixe impressionada, porque eu sou facilmente impressionável, portanto acho que ainda vou adiar um pouco para assistir. Obrigada pela resenha!

    Bjoxx ~ Aline ~ www.stalker-literaria.com ♥

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  4. Oie, tudo bem? Nossa, assisti a série assim que chegou no Netflix. Gostei bastante primeiro por ser em outro idioma, segundo pelo enredo. O que me chamou atenção foi perceber o quanto as pessoas podem fazer diferença na vida uma das outras e como podemos tomar outros rumos. Interessante perceber que antes deles começarem a namorar cada um tinha sua própria vida, mas depois foram ficando estranhos e culminou naquele fim trágico. Pretendo ler o livro ainda. Um abraço, Érika =^.^=

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  5. Oi Leticia!
    Olhando alguns filmes, passei por esse lançamento na Netflix, no primeiro momento não me chamou a atenção, agora lendo sua resenha fiquei curiosa sobre a trama que parece interessante, alguns assuntos que você citou como ser culpa da vitima o que aconteceu, me deixa com uma revolta por isso irei assistir quero ver como desenrola a trama, parabéns pela resenha, obrigado pela dica. Bjs!

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  6. Ainda não li o livro, mas quero muito assistir a série, acho que vou começar por ela. O assunto tratado é bem envolvente e algo sério, além de triste de ser muito real que sempre culpam a vítima, né? :/
    beijos

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